A inserção de Primavera do Leste, no sistema capitalista de produção
Palavras-chave:
Mato Grosso , descontinuidade espacial , sistemas socioeconômicosSinopse
A transição de Primavera do Leste para o sistema capitalista de produção, no final do século XX, foi um processo complexo, marcado por profundas mudanças socioeconômicas e ambientais. A influência histórica nas relações entre o homem e a terra, conforme observado por Barbosa (2023b)), é fundamental para entender as territorialidades e desterritorialidades presentes. Santos (1994) ressalta que o território reflete relações de poder, onde o controle de recursos e fluxos determina oportunidades e direções. No entanto, as articulações locais muitas vezes sucumbem diante da força avassaladora do capital.
Até meados da década de 1970, o Mato Grosso permaneceu à margem da produção capitalista devido às limitações de suas terras. No entanto, avanços tecnológicos, como o desenvolvimento da calagem e do plantio direto pela EMBRAPA, possibilitaram a exploração de áreas anteriormente subutilizadas (Barbosa, 2023a). Primavera do Leste se destacou ao se tornar um importante polo produtor de commodities, impulsionado por programas governamentais estruturais que transformaram a região em um ponto nodal (Barbosa, 2023b). Esse movimento de modernização agrícola sustentado pelo Estado, no seu avanço de sul para o norte de Mato Grosso não gerou espaços uniformes de dinamismo e inovação. Nos espaços atingidos pelas frentes pioneiras, foram emergindo ambientes dinâmicos modernos de vanguarda, ao lado de ambientes que se mantiveram tradicionais, ou seja, não afetados por esse dinamismo de origem externa (Barbosa, 2002).
Referências
Barbosa, M. Condicionante territorial como base do surgimento de um meio dinâmico. Estudo de caso, in Inovações em pesquisas agrárias e ambientais - Volume II, Nova Xavantina – MT, 2024.
Barbosa, M. Condicionante territorial como base do surgimento de um meio dinâmico. Estudo de caso de São Gabriel do Oeste, Geografia: desenvolvimento científico e tecnológico (pp. 79-99). Ponta Grossa: Atenas, 2023
Barbosa, M. Crédito solidário, como fator de criação de novas territorialidades urbanas, distribuição de rendas e melhora na qualidade de vida – projeto viva vida – Bela Vista – Vale do Apa. Geografia: desenvolvimento científico e tecnológico (pp. 79-99). Ponta Grossa: Atenas, 2023.
Barbosa, W. R. A questão agrária na Primavera do Leste, MT. Sociedade Brasileira de Sociologia, 2004.
Becker, B. K. Modernidade e gestão do território no Brasil: da integração nacional a interação competitiva. Revista Espaço e Debates (32). São Paulo:Neru, 1991. pp.47-56.
Binswanger, H. P., & Rosenzweig, M. R. Behavioral and material determinants of production relations in agriculture. Journal of Development Economics, 21(1), 39-67, 1986.
Capra, F. O ponto de mutação: a ciência, a sociedade e a cultura emergente. São Paulo: Cultrix. 1995.
Cholley, A. Observações sobre alguns pontos de vista geográficos. Boletim Geográfico, (179), 140-145, 1964.
Fearnside, P. M. Deforestation in Brazilian Amazonia: The effect of population and land tenure. Ambio, 26(7), 537-545, 2001.
Furtado, C. O Mito do Desenvolvimento Econômico. Rio, Paz e Terra, 1973.
Le Bourlegat, C. Mato Grosso do Sul e Campo Grande, articulações espaço-temporais. Presidente Prudente, 2000. 432 p. Tese (Doutorado). Universidade Estadual Paulista.
Mamigonian, A. Teorias sobre a Industrialização Brasileira e Latino-Americana. In: (org) BECKER, Bertha et all. In Geografia e Meio Ambiente no Brasil. São Paulo: Hucitec, 1995. p.65-76.
Martins, J. de S. (2001). O que é reforma agrária. Editora Brasiliense, 2001.
Ministério do Meio Ambiente. https://www.gov.br/mma/pt-br . Acesso em 04/04/2024
Monteiro, Carlos A. de F. Clima e excepcionalismo. Florianópolis: UFSC. 1991.
Santos, M. A Natureza do Espaço: técnica e tempo, razão e emoção. São Paulo: Hucitec, 199. 308 p. 1994
Santos, M. Os Novos Mundos da Geografia. In Caderno de Geociências (5), pp. 19-30, 1996.
Santos, M. O retorno do território, In SANTOS, Milton et alii (orgs.) Território Globalização e Fragmentação. São Paulo: Hucitec/ Anpur. 1994. pp.15-20.
Santos, M. Pensando o espaço do Homem. 4ed. São Paulo: Hucitec. 1997
Padua, J. A, Castro, E. O processo de ocupação e desmatamento na Amazônia Legal: O caso de Primavera do Leste, Mato Grosso. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 17, n. 50, p. 113-132, 2002.
Porto-Gonçalves, C. W. (2005). A questão agrária no Brasil: do latifúndio à reforma agrária. Editora Vozes, 2005.
Rangel, I. M. A história da dualidade brasileira. In Revista de Economia Política, vol 1, nº 4, p.5-33, outubro-dezembro de 1981.
Ribeiro, J. P. A questão fundiária e os conflitos socioambientais na Amazônia Legal. Revista Brasileira de Ciências Sociais, 30(88), 103-122, 2015.
Ribeiro, I. O. Agricultura, democracia e socialismo. São Paulo: Paz e Terra, 1998.
Souza, M. L. Algumas notas sobre a importância do espaço para o desenvolvimento social. In Território (3), p. 13-35. Rio de Janeiro: Laget/Ufrj, 1997.
Próximo
31 May 2024
Copyright (c) 2024 Pantanal Editora
Licença
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Detalhes sobre essa publicação
ISBN-13 (15)
978-65-85756-31-0
Como Citar
A inserção de Primavera do Leste, no sistema capitalista de produção: Vol. Capítulo 7, Inovações em pesquisas agrárias e ambientais: Volume 3. (2024). Pantanal Editora. https://doi.org/10.46420/9786585756310cap7
