Viabilidade agronômica da beterraba fertilizada com a mistura de palha de carnaúba (Copernicia prunifera) e esterco bovino na região semiárida

Autores

Domingos Severino de Souza Junior ; Paulo César Ferreira Linhares; Patricio Borges Maracajá; Maria Elisa da Costa Souza; Luciane Karine Guedes de Oliveira ; Karen Geovana da Silva Carlos ; Lunara de Sousa Alves; Joaquim Odilon Pereira; Walter Martins Rodrigues; Uilma Laurentino da Silva

Palavras-chave:

olerícolas, adubação orgânica , beterraba

Sinopse

A produção orgânica se destaca como importante e promissora para os produtores de olerícolas, principalmente, quando há predominância de agricultores familiares na atividade. Linhares et al. (2023) chama atenção para a importância da existência de fontes alternativas de adubação orgânica que viabilizem a permanência dos camponeses em suas áreas de cultivo, com garantias econômicas e sociais. Dentre as culturas que se evidenciam com práticas orgânicas, a beterraba destaca-se com grande importância econômica, social e nutricional.

A beterraba vermelha (Beta vulgaris L.), também conhecida como beterraba hortícola ou beterraba de mesa é uma hortaliça de origem europeia, pertencente à família Chenopodiaceae, assim como a acelga, espinafre e quinoa. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2017 foram produzidas no Brasil 134.969 t de beterraba. O estado do Rio Grande do Norte produziu 21 t da hortaliça (Ibge, 2017).

A olerícola apresenta as raízes como o mais importante produto comercial. Sob temperaturas elevadas, a pigmentação e qualidade do produto tendem a reduzir, o que explica a redução do seu cultivo no Nordeste (Grangeiro et al., 2007). São Paulo é o maior estado produtor (Ibge, 2017), produzindo, segundo o último Censo Agropecuário, 32.110 t da hortaliça.

O plantio da cultura se dá, normalmente, por semeadura direta ou produção de mudas de raiz nua, além de, ser a única raiz tuberosa que permite o transplante de mudas (Filgueira, 2007). Na semeadura direta, ocorrem problemas relacionados a uniformidade de germinação, crescimento das plantas, o que pode comprometer o estande final (Minami, 2010), apesar da precocidade de produção. As sementes, na verdade são frutos botânicos denominados de glomérulos, e podem originar mais de uma plântula em razão de conterem de dois a seis embriões (Tivelli et al., 2011).

Algumas espécies que ocorrem espontaneamente no Semiárido vêm sendo utilizadas na produção orgânica. É o caso da palha de carnaúba (Copernicia prunifera), bastante presente em áreas utilizadas para a agricultura na região de Mossoró, RN, e que tem como características a disponibilidade de fitomassa e concentração de nitrogênio acima de 15 g kg-1 (Oliveira et al., 2023). O esterco é matéria orgânica de origem animal, que se apresenta como fornecedor de nutrientes, tendo o fósforo e o potássio rapidamente disponível e o nitrogênio fica na dependência da facilidade de degradação dos compostos (Alves, 2018).

A matéria orgânica adicionada ao solo atua como condicionadora do solo, agindo sobre processos físicos, químicos e microbiológicos, aumentando a capacidade produtiva (fertilidade) dos solos. Dada essa importância do uso de fontes alternativas de produção de olerícolas, objetivou-se avaliar a produtividade de beterraba adubada com diferentes doses de palha de carnaúba mais esterco caprino e a melhor forma de aplicação dessa dose.

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Referências

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Inovações em pesquisas agrárias e ambientais: Volume VI

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Publicado

6 March 2025

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Detalhes sobre essa publicação

ISBN-13 (15)

978-65-85756-50-1

Como Citar

Viabilidade agronômica da beterraba fertilizada com a mistura de palha de carnaúba (Copernicia prunifera) e esterco bovino na região semiárida: Vol. Volume 6, Capítulo 7. (2025). Pantanal Editora. https://doi.org/10.46420/9786585756501cap7